A diversidade da alimentação, o uso de pesticidas e contaminantes e a cultura alimentar das populações foram alguns dos temas discutidos nesse final de semana durante a V Conferência Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional e Encontro Estadual da População Negra e Comunidades e Povos Tradicionais.
Esta conferência teve como tema central “Comida de Verdade no Campo e na Cidade: Por Direitos e Soberania Alimentar” e foi realizada pelo Conselho Estadual de Segurança Alimentar do Espírito Santo (Consea/ES) e o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Assistência Social e Políticas para Mulheres (SEASM).
O evento, realizado neste sábado (24) e domingo (25), no Hotel Praia Sol, em Nova Almeida, na Serra, contou com a participação de convidados, visitantes e delegados, representantes da causa de entidades nacionais, estaduais e municipais eleitos em conferências municipais ou regionais.
Para a secretária Sueli Vidigal esse foi um momento importante para avaliar o cenário das ações e das reinvindicações. “Nessas ocasiões podemos avaliar a nossa atuação frente aos anseios da sociedade, analisar o quanto avançamos e no que ainda precisamos trabalhar. A SEASM está aberta e dialogando com os Conselhos aos quais tem vínculo para desenvolver e contribuir novos trabalhos que promovam melhorias para a população.”
Para o presidente do Consea/ES, Pedro Kitoko, a participação dos delegados enriqueceu o evento, que contribuiu para alcançar alguns objetivos definidos pelo Conselho.
“Identificamos avanços, que são muitos, e também desafios que fazem parte desse processo de construção da política de segurança. Os participantes da Conferência apresentaram muitas propostas, que serão trabalhadas e entregues pelo Conselho aos órgãos competentes para que sejam debatidas e estudadas as possibilidades de transformar algumas em ações políticas que ajudem com o direito humano à alimentação adequada e saudável” afirmou o presidente do Consea/ES.
O representante do Ministério de Desenvolvimento Social, Élcio Magalhães, destacou a importância da Conferência pela oportunidade de interlocução da sociedade com o governo. “O Brasil saiu do Mapa Internacional da Fome entretanto ainda temos muitos desafios. Queremos mudar a estrutura da alimentação brasileira, incluir mais alimentos agroecológicos, mas esse é um processo que leva alguns anos para ser estabelecido e para fazer essa proposição é preciso ouvir a população, por meio de eventos como esse.”
Participante do evento, a Sra. Marilia de Oliveira afirmou que cada evento traz sua lição de aprendizado. “Eu sou membro da Pastoral da Criança há 24 anos e essa é uma temática ligada ao nosso trabalho, a nutrição e os alimentos fornecidos para as crianças. Vir participar permite ter uma visão da realidade de outras comunidades em outros municípios. Eu não pude ignorar o fato de que hoje a nossa preocupação é a obesidade, enquanto há dez anos era a desnutrição, então temos que debater as práticas e alimentação saudáveis”.
Após os trabalhos em grupo, houve a eleição dos delegados estaduais que irão participar da V Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, que acontece entre os dias 03 e 06 de novembro em Brasília.
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